sábado, 27 de dezembro de 2008

Samba da vingança, quem dança?

A vida é tão engraçada
e eu sambando toda desengonçada
nessa pista cheia de histórias pisadas
choradas ou cheia de risadas

Mas meu bem não deixe que eu te engane
que eu finjo que acredito
que esse sorriso nem fere nem faz mal
Porque o homem não é, como dizem, qualquer animal
cada passo é pensado
cada mal é lembrado

Meu deus que engraçado!
Poupo-me dos risos para manter a classe
mas que classe, ora essa?
Depois de toda essa conversa
não há palavras que traduzam
o que eu quero cuspir em você

Ontem era meu benzinho,meu amor
Hoje é um horror!
Eu te firo daqui,e você me fere dali
Aliás, tem como não ferir?
Você aí, dançando com outras mulheres
E eu aqui, escolhendo os talheres
''hoje vou comer vingança, por favor''
traga limão, garçon
porque eu quero bem azedo''
Porque vingança doce não tem graça
É preciso me ver de palhaça
se não nem valeu a pena sair de casa
Passar o perfume importado
Não valeu usar o cordão dourado

E eu maquiando o rosto
como quem se pinta para guerra
manchando o rosto de terra, de lama
Por mais irônico que possa parecer
nosso conflito ninguém vê
Todos saiem rindo do salão
como se não houvesse nenhuma confusão
mas meu olhar já te fuzilou
e você já me deu um tiro de canhão
Quem nos vê assim mal sabe
A história por trás desses rostos
Nossa brigas,nossos gostos
Nossos abraços em noite fria
Nossa agonia em nos ver aqui
tão desconhecidos
tão desprovidos de qualquer graça.

Eu digo que nada aconteceu
você pensa que o erro foi meu
dois beijinhos, dois risinhos

E nesse samba da vingança
quem dança? quem dança?


.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Todos os versos são seus, não só os meus;

Perguntou se um poema era para ele
Um? ri da maior inocência já ouvida
Eu disse que, meu amor, nessa vida
todos os poemas são para você
Não só os meus, nunca só os meus
até porque ter meus pensamentos voltados para você
honraria nunca há de ser
Mas todos os poemas já um dia escritos
Todos os poemas já um dia sentidos
Todos os versos já chorados
Todas as rimas imaginadas
Todas foram feitas para você
Será que não vê?
Quando uma melodia toca, seja aqui ou no japão
meu amor,é sua essa canção
É você o amante por quem todos lamentam
São suas as mãos a qual tantos almejam tocar
É seu o corpo que todos desejam
É seu o beijo que nunca irão esquecer
A poesia é você, amor
E eu entre versos e lágrimas
sou apenas um alguém indefinido
a descrever você, meu querido
O único e eterno amor
O inspirador de todas as belezas
que no mundo ainda restam
Você é tudo que faz rir
Você é todo o sentir que a humanidade tanto procura
Você é a cura dos enfermos
Você é a julieta dos apaixonados
Você a a desejada Terra de EL Dorado
Sei ser um erro te descrever
Essas palavras deixam tanto a desejar frente a você
Mas para sempre os poetas irão te escrever
Vasculham o dicionário procurando algo de equiparada beleza
Escrevem como eu:
para afagar a pobre tristeza de nunca te merecer

domingo, 14 de dezembro de 2008

Rosnou que gostava de mim.

Rio dos seus pêlos
seu visual nada atlético
seu jeito nada poético
de declarar seu afeto por mim

Se é que isso é declarar!
cora só de pensar
que por um deslize qualquer
ao invés de menina me viu mulher
pôs-se a me amar
mesmo sem saber se isso existe
ou se é mesmo crendice popular

''Que besteira dizer coisa parecida!''
beijou minha barriga
e disse que idade não tem mais para amar
já passou-se o tempo de sonhos e temporais
agora ele foge de vendavais
e amarra os pés para não mais voar
tentou rir, mas ao me olhar
percebeu que nosso amor era óbvio e sem fim
então rosnou que gostava de mim
e saiu apressando o passo
''de olho no horário
que eu tenho trabalho''
Enquanto eu ria em meio aos lençóis
enquanto eu só pensava em nós
tão loucos
amar assim é para poucos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Felicidade não é coisa que se tenha, moço! Ás vezes me dão ás vezes me tiram.

Estou tão insegura por ser feliz.Agora sei exatamente como é sentir
tais borboletas no estômago.Antes eu sentia ânsia só de ouvir
tal expressão, antes eu sentia ânsia por tudo.Acho que continuo
sentindo,mas é uma ânsia boa, é como querer vomitar flores, que
gostoso.
Escrevo para mim, escrevo pois preciso me ler quando eu estiver
triste.Assim, quando eu estiver triste verei que mesmo quando
eu sou feliz me sinto insegura, e aí talvez eu nem terei tanta
inveja de mim agora.
Sou tão competitiva que compito comigo, será possível?
Comento como estou mais bonita hoje do que ontem, e quase pulo
de alegria por hoje eu me ser e ontem eu ter sido outra pessoa
a qual venci.
A verdade é que serei triste amanhã exatamente por estar sendo
feliz hoje, não vejo vantagem então.
Tenho uma teoria, bastante da furada e da duvidosa, que a
chave da felicidade é o não ter.
Não tendo você não se impregna pela experiência de ter
usurfruir,nunca tendo você nunca terá que passar pela
experiência de sentir falta.
Mas é tão difícil não ter!
Uma senhora passa por mim na rua em frações de segundos,
mas ela me sorri, e logo eu tenho seu sorriso!Não posso evitar!
Logo sinto falta daquele sorriso que já tive.Amanhã passarei
por aquela rua e não terei aquele sorriso daquela velhinha.
Não me importa outra senhora nem outro sorriso, nem ao
menos um novo sorriso daquela senhora, eu queria
aquele,mas aquele eu já tive e o fato de ter acarreta o fato
de perdê-lo.
E eu, que tanto o queria! Ah, aquele sorriso que tive!
A felicidade é tão líquida,escorre ao passar de um vento,
escorre ao encontrar de um buraco,escorre pelos meus
pêlos, a as vezes não deixa nem uma gotinha.
Ora me mata de sede ora quase me afoga


Hoje estou feia porque estou feliz, amanhã a dor me enfeitará
de beleza e palavras puras.
Que loucura é então essa tal felicidade, vem e volta sem hora marcada!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Escrevo por você

Escrevo para não morrer de tédio
pois de amor já morri
Escrevo para embelezar as feridas
que a vida nunca se esquece de trazer
Escrevo pois não tenho mais o que fazer
minha vida é vazia, minha mão cheia de calos
Escrevo porque te quero
e escrevendo posso fingir ter-te
ou posso fingir não ligar
mas eu ligo e choro
Mas as lágrimas ficam escondidas
atrás de versos rimados e palavras secas

Expremo até a última gota
para ver se de todas as palavras que guardo
consigo fazer uma frase completa
que não tenho você no meio.

Escrevo porque sou metade
Escrevo porque sem você não consigo viver
então escrevo que já que é para morrer
quero morrer honrada

Escrevo porque não consigo entender
O que se passa em você
por isso escrevo, especulo, tento adivinhar
Mas como sou mentirosa!
Só escrevo para ter ocupação enquanto estou a te esperar
te esperando morro
te esperando vivo
Quando te tenho sou rainha
Quando se vai já não me sou
meu corpo se esvazia, minha alma perde a cor
então torno a escrever.

Conte-me a história de amores impossíveis( o amor dá medo)

Ele já teve tantas mulheres , mil histórias para contar.Então porque
sentia tanto medo daquela?
Ela era linda e direta.Mal havia lhe dado uma piscada o ano inteiro
, apenas um dia corriqueiro falou-lhe ''Tenho interesse por você''.
Por isso ele tanto temia, havia sido diferente. Apesar de suas lindas
curvas e cabelos dourados ele apreciava seu jeito: vivia
elogiando seu charme e elegância e mesmo com as diferenças sentia
que pertenciam a algo comum. Esse era seu medo,o algo comum.
Com tantas outras o comum era o desejo, o fogo, o sexo, mas com
ela o comum ficava claro entre um riso e outro, entre um assunto
sério ou uma história do dia-a-dia, qualquer um que passasse diria
''esses sim, formam um laço harmônico''.
Isso não poderia acontecer!Eles tinham apenas que se desejar,
ele a levaria para um motel de 50 reais, transaria por 1 hora e
depois a levaria na esquina de casa e nunca mais ligaria, se a
encontrasse de novo talvez transariam de novo se nada mais
importante ele tivesse para fazer.Mas não conseguia fazer isso
com ela.Por várias vezes insistia
''Não liguei para você porque quero ver se desistirá''
e ela sempre aflita perguntava ''você quer que eu desista de você?''
e ele mesmo não querendo se render se rendia ''não.''
Ele tentava a magoar ás vezes, para fingir para si mesmo
que não se importava, falava sobre sexo com ela para mostrar
que ela era só mais uma, mas logo se arrependia e apertava sua
mão com agônia e comentava como gostava dela.
Uma vez se rendeu, enquanto conversavam sobre assuntos sem
importância ele a olhou falando e não pôde se prender em sua
cadeira, pelo seu impulso percebia-se que a muito se segurava
mas que por um impulso cedeu a seus desejos, deu um riso
olhando-a e antes que ela pudesse entender seus olhos ele a
beijou e os dois foram as nuvens, sei que os dois foram. Ele
antes havia comentado sua inclinação a dor da espera: esperava
adiar o prazer para ser especial, e foi.Os lábios eram iguais e as
línguas se tornavam uma só, macio e maravilhoso, sintonia pura,
nasceram para fazer isso, nasceram um para o outr........ não!
Riram após o beijo, pareciam um casal adolescentes maravilhados
com a vida.A todo momento fugiam do assunto mas era impossível
não comentar o beijo.
Naquele dia ele se excedera, sentia necessidade de não ter medo,
queria ser inconsequente, queria falar e falou. Nunca havia sido
tão sentimental, sempre queria deixar claro que nada podia lhe
dar além de manhãs de prazer e um cargo de amante (sempre
tentando magoá-la) mas naquele dia ele cansou de fingir-se
homem e se descobriu menino.Ele disse que adorava estar
perto dela, que o mundo parecia perfeito e tudo fluia.
Ela sorriu porque sentia o mesmo e as mãos se encontraram
meio desconcertadas frente ao tamanho daquele sentimento.
Ao deixa-la em casa, de novo por um impulso, a beijou
desesperadamente como se fosse uma das únicas oportunidades,
logo foi retido pelo bom senso e pediu que ela fosse logo para casa.
Depois disso não ligou, e quando a viu pediu desculpas e
acariciou-lhe as mãos d maneira desconcertante.
Ela o via lutando contra, só não entendia porque.
''Talvez não me queira''. Sempre que ela queria desistir
e chorava a noite,ele ,no daa seguinte a conquistava, o que
a fazia pensar que nunca teria fim aquela tortura tão gostosa.
Ele dizia que tinha medo mesmo é de magoa-la, pois queria
muito tê-la e que qualquer homem a quereria,mas que sendo
ela assim tão bonita-inteligente-atraente ele temia feri-la por
ela merecer mais do que ele poderia lhe dar.Ela não queria
pensar no deficit entre tê-lo e querê-lo, ela só queria beija-lo, abraça-lo.
Ele ria e contava sobre seu fim de semana, e se assustava com
como se sentia pertencente a ela, perdeu-se tanto que chegou
a botar a mão nas mãos dela que estavam repousadas nas suas lindas
pernas, e até deu a entender entre uma brincadeira e outra que
eram namorados.
Logo o bom senso chamou-o de novo e ele percebeu tal equivoco
- não tenho mais idade para amar- pensou.Logo magoou-a de
novo e tentou evitar olhar para ela ,seria mais fácil conter
qualquer recaída se ele não a olhasse e a visse alí, tão dele.
Despediu-se friamente e pensou ''não vou ligar''.
Ela saiu chutando as pedras no chão e pensou ''não vou mais esperar''

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

TOC, TOC, é a dor.

Minha escrita é um erro, é uma morte acidental.
Deviam me proibir tal sacrilégio,mas eu o faço,mesmo ilegal
e sentem pena de mim, por isso me permitem
porque renegar uma loucura a um doente terminal?

Não é preciso ser sábio para saber que é preciso dor para escrever.
Por isso gosto tanto: tenho muitas dores
Mas antes minhas dores eram tão bonitas que das lágrimas floresciam
poemas que cheiravam a jasmin
Minha dor hoje é muito feia
Me assusto sempre que olho para ela
Ela é torta, retorcida, e desconhecida.
Me arrepio só de pensar, e penso sempre, por isso me arrepio sempre.

Minha dor é a ausência da felicidade
e os senhores podem até pensar ''ah, essa não dói tanto assim''
Mas como DÓI!AH como dói
''Maria sofre pois perdeu seu amor''
Dane-se maria!
Regina nunca teve um amor!

Eu sofro do vazio, hoje ele veio para me destruir
Eu queria terminar esse texto
mas estou cansada, que hoje me empenhei muito em nada fazer
empenhei-me em ser triste também
mas não desempenho bem esse papél
Não faço o tipo melancólica:
Ora me jogo no chão chorando de quase vomitar o coração
ora me levanto, limpo o vestido, e saio rindo e pensando ''papelão!''

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quero falar-te dessa tal ternura (2)

Quero falar-te dessa tal ternura
Dessa tal candura que me enlouquece
Não quero falar de romances
Mal vou obrigar-te a ouvir meus discurssos
tão curtos e de uma perna só
Só quero falar-te
que a ternura é uma arte que eu só faço no corpo teu.
Me espalho inteirinha nas suas pernas, nos teus braços
me perco inteirinha na tua força, teus abraços
Mas não quero falar de desejo
seja esse de força tão grande que mal posso declarar
Meu desejo beira a loucura, quero você no meu pescoço
quero teus beijos no meu ventre
quero que me deixe tão ardente que eu sinta meu sexo queimar
mas não é de desejo que vim falar
Eu vim falar dessa tal ternura
Para essa não tem censura
É essa tal ternura que eu quero te dar
Se o encontro prosseguir ou se a sua vida seguir sem mim
Não quero que guarde desejo
que é tolo e tem fim
Ternura, esse é o presente que eu te dou
Posso não ser sua por mais de um segundo
Mas quando eu te der o meu beijo mais profundo
é a ternura que você deve guardar de mim.

Quero falar-te dessa tal ternura

Não existe palavra alguma no dicionário que descreva a
sensação de estar com alguém que se deseja tanto e que se tem tanto em comum:
a palavra seria doce e sensível demais,
mal conseguiríamos pronunciá-la,
o açúcar derreteria nossa boca e nossa alma se expadiria em um feixe de luz que nos cegaria de tanta ternura.

sábado, 8 de novembro de 2008

Já dizia meu íntimo apaixonado: Sou tolo mas sou feliz.

Mas que dor que sinto!E digo isso sem me ferir.
Tolo é quem não se permite sentir a dor de viver
. Porque quem não sente dor nada mais é do que um
pedaço sem graça de carne, jogado ao Deus dará.
Eu posso estar jogada ao Deus dará, ou até ao diabo,
mas tenho muita graça, e choro quase sempre,
mesmo que por dentro.
Acho muito fácil falar sobre a paixão quando essa já alcançou seu objetivo:
a ansiedade por olhares não é nada animador, demora,
me seca o peito, me amargura a alma e me faz duvidar de minha própria inteligência.
E ainda comentam do frio na barriga!
Mais parecem cólicas intermináveis, quase simulo (quando não o
simulo verdadeiramente) um vômito de enjôo e nauseas.
Ah, e ele nem sabe. Por isso me sinto mais estúpida.
O vejo em meus sonhos, e a pergunta sempre é a mesma :
ele ri-rá com ar de sedutor e perguntará porque demorei tanto tempo
para lhe contar, ou ele quase tombará de susto e contará na mesa
de jantar sobre o acontecimento patético?
Ah, mas e se ele disser que sim? Sinto aquele frio-cólica outra vez,
uma contração, como se estivesse para dar a luz a esperança.
Sinto querendo me enganar, tento poupar-me de esperanças para
se ele disser que não eu fingir estar tudo bem, e fingir que nunca
acreditei o contrário.Imagino-me outra pessoa,
como se não me conhecesse e ainda precisasse manter as aparências.
Mal eu sei que já mevi em muitas situações constrangedoras e sei dos
meus medos e paixões, das minhas tolices e sabedorias, embora que
essas últimas sejam poucas.
Esse texto deve ser falho, como eu sou , tenho ideologias furadas, tenho
pensamentos que ninguém mas tem, e isso sem me valer de elogios
.E sei também(havia eu falado que sabia de algo antes?) que se eu perder
essa minha luta e meu bêbê da esperança sofrer um aborto natural,
eu sei que não voltarei aqui, sei que sou orgulhosa demais para contar
minha derrota para terceiros, e você é um desconhecido
que durante uma conversa informal sobre tragédias contará a minha
história como a história de uma prima de um amigo de um amigo seu
.E se vencer voltarei aqui de passagem,gritarei e pularei tanto que mal
conseguirei digitar com clareza, e o máximo que você entederá serão
todas as letras do alfabeto misturadas de maneira ilegível. Por isso aviso logo
que futuro esse texto não tem, ele mesmo foi criado sem começo e
sem meio, ele mesmo é apenas uma espera pelo futuro.
Porque as pessoas cismam em escrever de fatos ocorridos, dopassado?
Elas são muito inseguras! Temem que a história não aconteça
.Eu os escrevo ao tempo que vivo, a história vai acontecer,
seja ela entediante ou maravilhosa, e se for a primeira opção
tentarei priva-los.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Amor? Que amor é esse?

.
.
Ai meu amor
que amor é esse da gente?
esse amor que hora é pulgente
e dia seguinte é só horror

ai ai meu amor
que amor sujo e fedido
amor de sucata,falido
não quero mais, obrigada
nem se for obrigada.


Que mentiras lavadas
que palavras usadas
cansei de tanta lágrima de sabão
Enquanto tento me sentir culpada
você faz pior
e me faz esperar sentada por alguma explicação

Não é questão de raiva
nem de rancor
longe de mim amor!
mas o amor é um quarto tão limpo
qualquer sujeira tira seu louvor

Eu juro que empurrei a sujeira para debaixo do tapete
ignorei mentiras, decepções e cansaço
mas chega um dia
que a alegria dá espaço a ALERGIA
e não falo para rimar, ou coisa parecida
mas sua imagem me irrita a pele, me coça a barriga
me avermelha o nariz e me assemelha ao nada.

NADA
NADA
NADA
NADA
Eis aqui, onde a velha estrada nos levou
ao nada,a RUÍNA, ao nada, a ROTINA.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Mito do insubstituível ( e eu achando que o amor existia)

A verdade meu amor, a triste verdade
é que não existe a saudade
nos braços de outro alguém
e esse alguém pode ser eu, assim como pode ser você
almas gêmeas estão no mercado a se vender
e quando eu perguntou se me ama
você responde que sim
mas não é só pra mim
mas não é só pra mim.



..... e eu achando que o amor existia
e você se calava
só ria
só ria.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

despedida (de novo, de novo)

Ela não sabia amar.Amava desmedido, e amor não pode ser assim. Amor é calmo, constante, conformado.Ela amava ardido primeiro,
moléculas agitadas,coração quase saindo do peito. Depois o amor virava gelo ralo, aquele do fundo do freezer que fica ali,
triste e insignificante por muito tempo até alguém tomar coragem e resolver descongelar o freezer.
Ela não sabia amar, repetia para si mesma enquanto fazia aquele caminho, o antigo caminho de volta para casa. Já tinha feito aquele
caminho com tantos homens, sempre o caminho da despedida. Andava olhando para o chão, fingindo ter frio, enquanto eles
andavam trocando as pernas, com os olhos marejados e coração inconformado.Aqueles homens, lindos homens, altos, másculos
e divertidos, que há meses atrás faziam ela temer perde-los, aqueles homens agora só desejavam voltar no tempo, tê-la de novo.
Eles iam embora pensando que perderam a mais fina flor, a achando a única, a achando uma linda princesa a qual valia a vida
poder estar junto.Ela carregava sob os ombros o peso de destruir um coração a qual tanto tempo havia cuidado, ela carregava
o peso que tem o assassino, o assaltante, o carrasco.No final sentia um grande alívio, mas esse nunca era maior do que o
sentimento de repúdio por si mesma.
Por que havia então se sempre arranjar alguém para machucar?
ah, ela tinha aquela mania, aquela velha mania de carinho nas tardes de domingo, de ligações no fim de noite, de reclamar
das toalha jogadas em cima da cama e de receber massagem após um longo dia.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Moreno.

Depois do sol, vem o vento
a cobrir os sorrisos, a disfarçar os olhos
depois de mim vem você
sereno que dói, moreno que ri
caminhando por uma praia qualquer
pintando o quadro mais bonito que já vi
ai, é tão óbvio você
é tão óbvio nós dois.
sigo nosso caminho de encontro ao mar e eu deixo a onda me levar
até minha ilha-você.


(também antiga, saudades.)

Brisa você

Você? Brisa desconcertante, soprando mais e mais, refrescando até o mais
quente dos asfaltos que piso. Desconcertante, me entenda bem, de nada tem a ver
com incoveniente. Usei desconcertante por um único motivo,claro, porém pouco óbvio,
brisa se pensa leve, suave, passageira, que mal altera coisa alguma. Você
é suave, de pele, de voz, de pensamento, leve, tão leve que quase me leva
contigo quando voa indo embora. Mas está longe de não movimentar coisa alguma,
é uma brisa que move o mundo, que faz voar todos os grãos do deserto, até
formar montes de areias jamais imagináveis e jamais vistos inteiros a olho nu,
montes-de-pensamentos-meus.
Passageiro? jamais. No começo, veio brisa quente, ardente demais, que quase
incomodava de tão ardida.Ardia o corpo, a alma, ardia os olhos, parecia que todo
o mundo ardia. Mas é como todas as vezes, você senta, se acalma,toma um copo d'água
e pensa que hora ou outra passa, hora ou outra vai ser como se nunca tive acontecido.
Mas aí,como de costume levantei, de cara lavada, esperando recomeçar a viver, como todas
as outras vezes. Mas não, você é brisa que entrou, encheu meus espaços vazios, deu
vida a partes do meu corpo e alma antes esquecidas ou até jamais encontradas por alguém.
Eu nunca entendi a materialização do amor como o CORAÇÃO, que é um orgão tão feio, meio marrom,
sem forma definida, nada parecido com a figura bonita, vigorosa e avermelhada
que desenhamos no cantinho do caderno.Mas dia desses eu olhei para
você, como quem não quer nada, como quem olha para janela durante
minutos distraído com a imagem tão bonita que você nunca se cansará
de testemunhar, e senti um queimar bem ali, no coração, juro.
Um ardido inexplicável,e ao mesmo tempo uma brisa refrescante que
quase me fez flutuar, tudo ali, dentro do coração.
Não sei se realmente descobri o porque dessa relação maluca entre o
orgão e o sentimento, ou se apenas percebi
tal relação sendo real por ter entrado nesse grupo de loucos, os que amam.




(esse é bem antigo, deve ter quase 1 ano)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

e eu perguntei: será que sou Flor?

Será que sou flor
como esses homens pensam?

porque será então, Senhor dos amores
que a nenhum beija-flor eu me sinta pertencente?
porque será que dentre outras flores
me chegam esses amores, fiéis, de sorriso e pureza no peito
e eu me salgo de lágrimas escuras
por ninguém querer por mais de um inverno rigoroso?

porque será, mestre do mundo
que eu juro amor profundo, e sinto (não minto)
e se passa um segundo, já quero outro raiar
já quero outro beijar?

Não sei que tal maldição é essa
desmodesta
de chorar por ninguém querer
enquanto ao redor tantas choram amores não correspondidos
sonhos traídos
sorrisos perdidos
será que meu coração ou não existe, ou não é são
ou ainda não achou um fio qualquer de vida
para me tirar a ferida de só ferir quem eu quis bem?

Peço ardência por mais de um segundo
peço preferência por só um mundo
peço a delicadeza de uma mulher flor
devota ao seu amor
peço o choro pelo meu amado, e o sorriso desesperado
ao vê-lo entrando pela portinha
peço para acha-lo mais lindo a cada dia
e para ter agonia quando ele se vai.
peço para ele me ligar sempre de noitinha, e que
sempre perto das 19 eu sinta um calafrio de amor
bobinho.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dois balões

Eu pareço vazia
como se os dias que tivessem passado
fossem um segundo de brisa que passou
enquanto eu fechava meus olhos.

Me falta essência
me faltao ego e misericórdia qualquer
me falta o tudo e sobra o nada
quem me preenche totalmente
como um balão assoprado.

um balão perdido
subindo subindo....
subindo?


ainda tentará me alcançar no dia seguinte
pulando,na ponta dos pés, em cima dos ombros de alguém?
ou desistirá durante a tarde
onde o céu é rosa e as moças também?

Nem mesmo te peço coisa alguma
nem mesmo aceito que me peças
mas cá, entre dois balões vazios
sozinhos somos rios, juntos somos mar
prometa me esperar, sem me prometer
fala que me ama baixinho, que só eu vou entender.
cá entre nós,demos nós, que só uma palavra pode desatar
e de nó no coração, só entende quem é balão.




(Todos os textos desse blog são de minha autoria, só para responder a pergunta de um dos comentários.)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

será que existe alguém são? (e salvo?)

Hoje eu acordei meio que sei lá
andei mais pra lá do que pra cá
pensei tanto em não pensar,
mas pensei

porque te dizer que não a todo momento
só comprova o sentimento
de querer dizer que sim

Poucos dias estive lá
fora de órbita, imerso ao ar
explosão
explosão
e voltei, mais uma vez
ao choro sem motivo
ao extremo desmedido
ao pra lá ou pra cá


chega um dia isso passa
me esqueço do seu rosto
ou do meu.
mas até cessar o recente
sentirei meu corpo ausente
de qualquer coisa sã

Romântismo Ultrapassado, Teoria furada, Coberto rasgado.

Se te falo no ouvido
coisas floridas de jasmin
ou não te digo nada
e guardo calada o violão e o tamborim
te digo, mesmo que com aperto
que diferença não faz
porque a música que eu canto
é de beija-flor para beija-flor

(canto em frente ao espelho
para que não se enganes)

meu discurso continua o mesmo
falho, de um braço só
só muda a quem eu falo
mas meu romântisco, não importa a quem,
se repete.
e por isso me sinto traíra
repetindo versos e rimas, que podiam ser pra ti
para outro alguém.

mas não se engane
é apenas um encanto falho
uma arma ultrapassada
uma carcaça cansada
nada que ainda não dê o que falar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

viver cansa.

Me sinto mal em me sentir mal. Por isso choro baixinho, atrás da cidade para ninguém poder me ver.
Uma tolice no entanto, porque verem ou não, pelo menos aqui, não faz assim tanta diferença.Toda mamãe ensina,porque
aprendeu certamente de sua mamãe que também aprendeu da sua mãe, que se deve perguntar porque alguém está triste, mas no
fundo no fundo? ninguém se importa. É como dizer ''bom dia'' ou ''boa tarde'', você provávelmente nem esta tendo uma
tarde ou dia tão bom assim, mas você diz no automático, simplesmente porque se deve dizer.
Me sinto mal porque mal sei catalogar o que eu sinto, há se soubesse. Procuraria a ficha da minha doença, veria os remédios
e cuidados, e logo ficaria boa.Mas não é assim tão objetivo e fácil.Talvez eu não saiba o nome do que me faz chorar ou talvez
seja apenas o cansaço apenas mesmo. Cansaço, a doença dos tediosos, dos fracos.Mas pensando bem,
desconheço alguém que não esteja cansado.
Hoje minha mãe veio entregar uma calça ,que eu deveria trocar na loja, e um casaco para mim no curso. Parou o carro rapidinho
e me entregou as sacolas pelo vidro direito. Uma mulher com um carrinho de bêbê começou a gritar e falar ''dá para sair? a senhora
parou em cima de rampa!'' sendo que mal tem rampa, é um altinho, ela poderia ter passado com o carrinho do outro lado, ou esperado
apenas 1 minuto, mas não, ninguém pode fazer mais isso pelo outro. Um senhor de idade também, como ela, saiu xingando e gritando
com a minha mãe. Minha mãe saiu com o carro, mas antes disse ''o problema é que ninguém pode fazer mais nada por ninguém,
hoje em dia ninguém sabe mais ser gentil'' ou algo do tipo. Eu achei um absurdo, como as pessoas estão cada vez mais desrespeito-
sas e furiosas com estranhos.
Fiquei até mais tarde no curso (as quintas e sextas tenho aulas de tarde também), depois do almoço corri até a loja para
trocar a calça, esperei na fila, tinham umas 4 pessoas na minha frente e até comemorei por isso, e quando chegou a minha vez
eu vi uma placa que dizia que a troca da roupa só poderia ser efetuada diante da apresentação da identidade do cliente.Eu per-
guntei para a moça se era necessário mesmo apresentar a identidade, falei que havia deixado no curso que eu estudava, e ela disse
que infelizmente eu só poderia efetuar a troca mediante ao meu documento.Corri até o curso, peguei a identidade, e quando estava
saindo o professor estava chegando.Eu o perguntei se daria tempo de eu ir a um lugar rapidinho, ou se ele iria entrar logo em sala,
ele disse que dava tempo sim. Sai correndo , e quando cheguei na loja haviam simplesmente umas 30 pessoas na fila,sendo que
cada uma demorava em média uns 5 minutos. Eu tentei respirar, esperar um pouco. As pessoas não satisfeitas em trocar a roupa
ficavam perguntando coisas, demorando, fazendo coisas que pareciam, desculpe o termo, sacanagem com a minha cara.Eu comecei
a bufar, bater os dedos numa pilastrinha, e decidi olhar o relógio. Eram 13:32, sendo que a aula começava 13:20, se eu ficasse
lá, se bobear, iria acabar a aula e eu ainda estaria lá, feito uma idiota.Sai da fila, muito nervosa, se alguém falasse ''oi''
eu acho que socaria o indivíduo.Corri até o curso, a aula já havia começado, me sentei e coloque a sacola dentro da minha
bolsa amassando a sacola com a calça, fazendo
barulho, e todos me olharam com uma cara do tipo ''está fazendo barulho'' como se eu não soubesse.Não consegui me focar na
aula, que é a minha preferida em toda minha vida (todas as quartas eu durmo ansiosa para a aula de história que terei no dia
seguinte).Sai da aula, com as costas doente absurdos ( o que não é uma novidade) fui até a loja, e haviam 2 pessoas na fila,
entreguei a calça, e a troquei, o homem nem sequer mencionou a palavra ''identidade''.Eu sai soltando fogo pelas ventas,
estressada pelo o que eu passei e por ainda ter que pegar ônibus na hora do rush, e ter que ficar ouvindo cantadas estúpidas
no ponto.Ao me perceber ali, querendo ''matar um'', batendo o pé, bufando, eu me percebi como a mulher do carrinho de bêbê,
como o velhinho do palavrão.

Atriz

Odeio ser tão inconstante
não sou um filme, sou milhões
não tenho um começo, um meio e um final
e sim milhares de começos, meios e finais
cada hora uma trilha sonora, um tema, um elenco.
Talvez nada mais eu seja do que uma atriz,
que indecisa mude de cenário, essência, papel, apenas para poder inventar a todo momento e nunca se cansar.
Mas a personagem central continua a mesma, eu.
E se um dia eu me cansar dela?

Talvez eu não sirva mesmo pra essa história,essa história de ser humano
isso que chamam de...., de...., ah sim, vida.
Quando todos parecem estar com seus começos completos, seus meios
em definição e finais distantes, eu a cada hora começo um novo
começo, e o que era novo há meses hoje em dia envelhece como um documento
histórico que rasga ao leve toque de mão.

Ego ísmo.

De fato
eu havia esquecido que para se ter um coisa é preciso renegar a outra
brigo sempre com o mundo
bato o pé querendo ter os dois
que mimo inútil, que coisa mas....fútil?
Fútil é só pensar em si mesmo.
Juro que penso nos outros
mas no final faço para mim
me diz, quem não é assim?!

Dança de um só.

Sempre dançei em par,
mas vamos lá, não se pode esquecer
um par não é um
par é a terceira opção
ou sou eu
ou é você
ou somos nós (par)
ou até quem sabe quantos mais.
É preciso definir nossa origem
porque você é meu hoje, eu sou sua amanhã
mas eu me sou desde de sempre
e isso, isso não se muda.

E hoje a dança que eu danço
é sozinha, é de um
me embolo no teu corpo
mas deslizo no salão
eu me sou, e por inteiro
e me devo explicação
se desnorteio pensamento, se chamo atenção
aí já são outros quinhentos
já é dança de salão

mas antes que se engane,
pelo meu vestido de seda
minha conversa de primavera
pela minha melodia tão linda
antes que me chame
por favor, não me culpe de um crime tão infame
os poemas evaporam no tempo
mas eu me sou, e isso nunca mudará.

O gosto do mundo

eu gosto de você
tantas perguntas que
já não sei responder
é tão leve, quase foge pelas mãos
então aquieta
a gente passa e repassa
mais nunca para olha e observa (que não são sinônimos)
nunca sente a vida da gente
como se cabe
a gente pisa no chão sem sentir o cheiro da terra
a gente olha para o mar sem se molhar com a brisa
a gente vê o verde sem se pintar
eu nunca olhei para você
eu sempre te senti.