quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Para não dizer que eu não avisei da Dor

ai das coisas que teimo em dizer
o amor teima em esquecer
o rasgo no peito de quem crê
ai
se já rasguei os meus papéis
com poesias, escarséis
se já chorei o que restava
cansado meu peito implorava
por finais menos cruéis
ai........
há, que água me cabe agora?
se já deu-se a nossa hora
e minhas mãos não querem largar
as mãos que se ensinou a amar


e o que se leva da vida
dessa ferida feia e ardida
é que o que se pode saber
é que já não mais pode se crer
em candura ou coisa igual
porque amor, ai nessa vida
é só tremendo vendaval
ai, já me rasguei em tantas enquinas
já gritei seu nome em praças libertinas
rasguei meu coração e por quem?
por alguém que num braço qualquer
juras ser qualquer uma sua mulher
e mancha de sangue quem eu sou
ai, se você um dia já amou
finge que isso não aconteceu
finge que seu amor assim morreu
que assim será melhor
porque amar dói tanto
que limpa-se um pranto
com panos de espinhos
e se traçam caminhos
que o vento logo apaga
plantações cheias de praga
e o que é o amor?
se não um campo de dor
com flores da estação
de um verão pagão
que nunca irá chegar
mas a dor,ai a dor,sempre lá estará
estampada nos motéis, bordada nos chapéus
plena de si só, e você também estará só
em plena plantação
que ilusão
em meio aos girassóis e se lembrará de nós
em vão
porque em meio a plantação
cravos feridos nascerão
e lembraram você
que o amor não deixará de ser
uma simples pretensão
em vão
desiste dessa idéia insana de que o amor existe
porque quem ama é triste
quando é que vai entender?
que quando vi você
percebi que somos um,somos parte de nenhum
nenhum amor a receber