segunda-feira, 15 de junho de 2009

Homem do sapato marrom

Hoje me deu aquela saudades dele, AQUELA. Não a outra, de desespero, de puxar cabelos, de rasgar o coração, de incêndio.
Me deu a saudades mansa, de suspiro, de apoiar o queixo sobre as mãos e lembrar e sentir saudades e querer não sentir.
Fiz o caminho de carro que nós fizemos na última vez, nunca a linha amarela tinha ficado tão linda e esperançosa quanto naquele dia
Ele sabia, sabia que a estrada estaria linda, então de propósito fez questão de estar lindo também.
Só porque o sol brilhava amarelo ele quis ser amarelo também.Logo ele que se vestia para ir para esses lugares como quem vai comprar um pãozinho na padaria, logo ele nesse dia estava de amarelo, uma blusa social amarela e linda, e uma calça jeans também linda,mas não amarela, é claro, e aqueles sapatos que só os papais e homens de negócios usam para ir trabalhar no centro, daquele tipo que se engracha e tudo, mas não os pretos, os pretos são de papais de 60 anos ou de homens sem nenhum charme
a encrementar, daqueles que comem mc donalds no centro da cidade e mancham a gravata vermelha com o molho especial e picles.
O dele não, o dele era aquele tom abaixo demarrom,aquele tom de madeira clara corrida de uma casa novinha em folha, aquele tom que só se olhar pros sapatos você sabe que o homem está usando um perfume maravilhoso e dá vontade de andar com ele, o homem e também o sapato, por Paris, não de mãos dadas que aí seria com homens de
tênis, mas sim sendo carregada nos braços, e
rodopiada a luz do dia, enquanto ele me explicava a história de cada monumento, e também teria vento, balançando meu chapéu, e também tinha ele, bagunçando meus sentidos.

sábado, 6 de junho de 2009

Sem encostar os pés no chão

Não falo de romances desesperados
romeu e julieta ou coisa assim
falo de explosões dentro de mim
explosões de ternurinhas
de carinho, risadinhas
Ele provoca uma chuva de foguetes na minha barriga
deve ser por isso afinal que agora eu brilho o tempo inteiro
Falo de um amor que também não é só doçura
que não é só candura e confissões
falo de um amor que também sabe ser desejo
suspiros e arranhões
E eu descrente,sem ritmo, sem graça
e eu evitando desvaneios,anseios,desgraças
enfim me vi rendida
quase sem aguentar seus beijos na minha barriga
quase sem aguentar o meu tanto querer
Falo de um homem que enfim me tirou suspiros somente
e me acrescentou algo que me faltava novamente
Eu tenho alguém, e como é bom poder dizer
Meu sorriso agora tem nome, tem porque
Eu tenho você
para dar carícias,desejar delícias
para conhecer seu melhor e seu pior
e quem dirá que isso não é amor?
conhecer de cada um a beleza e o horror
e ainda sim se entregar o amor, e ainda sim querer se tornar ao invés de dois um só
Quero entrar nessa dança,que também é de insegurança, eu sei
que ora aperta aperta aperta meu coração e no outro instante tudo é sorriso tudo é paixão
Meu amor,nada espero de ti além dessa angustia sem fim
de ora ter você enfim
e ora contar as horinhas até ter você junto a mim

nada espero de nós
além de quando estarmos a sós
na rua,ou num quarto qualquer
ter sua verdade,ser sua mulher
esquecer o mundo lá fora
e sermos um agora
e quando não juntos sermos cada um uma parte
de uma bela arte,de amor.