quarta-feira, 26 de novembro de 2008

TOC, TOC, é a dor.

Minha escrita é um erro, é uma morte acidental.
Deviam me proibir tal sacrilégio,mas eu o faço,mesmo ilegal
e sentem pena de mim, por isso me permitem
porque renegar uma loucura a um doente terminal?

Não é preciso ser sábio para saber que é preciso dor para escrever.
Por isso gosto tanto: tenho muitas dores
Mas antes minhas dores eram tão bonitas que das lágrimas floresciam
poemas que cheiravam a jasmin
Minha dor hoje é muito feia
Me assusto sempre que olho para ela
Ela é torta, retorcida, e desconhecida.
Me arrepio só de pensar, e penso sempre, por isso me arrepio sempre.

Minha dor é a ausência da felicidade
e os senhores podem até pensar ''ah, essa não dói tanto assim''
Mas como DÓI!AH como dói
''Maria sofre pois perdeu seu amor''
Dane-se maria!
Regina nunca teve um amor!

Eu sofro do vazio, hoje ele veio para me destruir
Eu queria terminar esse texto
mas estou cansada, que hoje me empenhei muito em nada fazer
empenhei-me em ser triste também
mas não desempenho bem esse papél
Não faço o tipo melancólica:
Ora me jogo no chão chorando de quase vomitar o coração
ora me levanto, limpo o vestido, e saio rindo e pensando ''papelão!''

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quero falar-te dessa tal ternura (2)

Quero falar-te dessa tal ternura
Dessa tal candura que me enlouquece
Não quero falar de romances
Mal vou obrigar-te a ouvir meus discurssos
tão curtos e de uma perna só
Só quero falar-te
que a ternura é uma arte que eu só faço no corpo teu.
Me espalho inteirinha nas suas pernas, nos teus braços
me perco inteirinha na tua força, teus abraços
Mas não quero falar de desejo
seja esse de força tão grande que mal posso declarar
Meu desejo beira a loucura, quero você no meu pescoço
quero teus beijos no meu ventre
quero que me deixe tão ardente que eu sinta meu sexo queimar
mas não é de desejo que vim falar
Eu vim falar dessa tal ternura
Para essa não tem censura
É essa tal ternura que eu quero te dar
Se o encontro prosseguir ou se a sua vida seguir sem mim
Não quero que guarde desejo
que é tolo e tem fim
Ternura, esse é o presente que eu te dou
Posso não ser sua por mais de um segundo
Mas quando eu te der o meu beijo mais profundo
é a ternura que você deve guardar de mim.

Quero falar-te dessa tal ternura

Não existe palavra alguma no dicionário que descreva a
sensação de estar com alguém que se deseja tanto e que se tem tanto em comum:
a palavra seria doce e sensível demais,
mal conseguiríamos pronunciá-la,
o açúcar derreteria nossa boca e nossa alma se expadiria em um feixe de luz que nos cegaria de tanta ternura.

sábado, 8 de novembro de 2008

Já dizia meu íntimo apaixonado: Sou tolo mas sou feliz.

Mas que dor que sinto!E digo isso sem me ferir.
Tolo é quem não se permite sentir a dor de viver
. Porque quem não sente dor nada mais é do que um
pedaço sem graça de carne, jogado ao Deus dará.
Eu posso estar jogada ao Deus dará, ou até ao diabo,
mas tenho muita graça, e choro quase sempre,
mesmo que por dentro.
Acho muito fácil falar sobre a paixão quando essa já alcançou seu objetivo:
a ansiedade por olhares não é nada animador, demora,
me seca o peito, me amargura a alma e me faz duvidar de minha própria inteligência.
E ainda comentam do frio na barriga!
Mais parecem cólicas intermináveis, quase simulo (quando não o
simulo verdadeiramente) um vômito de enjôo e nauseas.
Ah, e ele nem sabe. Por isso me sinto mais estúpida.
O vejo em meus sonhos, e a pergunta sempre é a mesma :
ele ri-rá com ar de sedutor e perguntará porque demorei tanto tempo
para lhe contar, ou ele quase tombará de susto e contará na mesa
de jantar sobre o acontecimento patético?
Ah, mas e se ele disser que sim? Sinto aquele frio-cólica outra vez,
uma contração, como se estivesse para dar a luz a esperança.
Sinto querendo me enganar, tento poupar-me de esperanças para
se ele disser que não eu fingir estar tudo bem, e fingir que nunca
acreditei o contrário.Imagino-me outra pessoa,
como se não me conhecesse e ainda precisasse manter as aparências.
Mal eu sei que já mevi em muitas situações constrangedoras e sei dos
meus medos e paixões, das minhas tolices e sabedorias, embora que
essas últimas sejam poucas.
Esse texto deve ser falho, como eu sou , tenho ideologias furadas, tenho
pensamentos que ninguém mas tem, e isso sem me valer de elogios
.E sei também(havia eu falado que sabia de algo antes?) que se eu perder
essa minha luta e meu bêbê da esperança sofrer um aborto natural,
eu sei que não voltarei aqui, sei que sou orgulhosa demais para contar
minha derrota para terceiros, e você é um desconhecido
que durante uma conversa informal sobre tragédias contará a minha
história como a história de uma prima de um amigo de um amigo seu
.E se vencer voltarei aqui de passagem,gritarei e pularei tanto que mal
conseguirei digitar com clareza, e o máximo que você entederá serão
todas as letras do alfabeto misturadas de maneira ilegível. Por isso aviso logo
que futuro esse texto não tem, ele mesmo foi criado sem começo e
sem meio, ele mesmo é apenas uma espera pelo futuro.
Porque as pessoas cismam em escrever de fatos ocorridos, dopassado?
Elas são muito inseguras! Temem que a história não aconteça
.Eu os escrevo ao tempo que vivo, a história vai acontecer,
seja ela entediante ou maravilhosa, e se for a primeira opção
tentarei priva-los.